Lembro do quanto eu fiquei entusiasmado ao saber do projeto que seria construído na USP. Principalmente por saber que era uma demanda real (a antiga necessidade de uma biblioteca de qualidade) e que os responsáveis pelo projeto não eram apenas “renomados” mas sensíveis com as questões envolvidas.
A escolha foi acertada. Um dos arquitetos (o Rodrigo Loeb) é, além de excelente arquiteto, neto do José Mindlin – bibliófilo que reuniu a coleção “Brasiliana” e posteriormente doou para a USP. Hoje ao visitar o local temos a impressão de estarmos em outro país, pois infelizmente estamos mais acostumados com o descaso para com os prédios públicos na nossa querida terra brasilis…
O prédio se organiza em duas alas em torno de uma praça interna coberta, que permite bastante luz e ventilação. Por mais quente que estava o dia durante minha visita, o clima na praça estava extremamente agradável, devido às preocupações do projeto.
Da praça se distribui o acesso ao acervo Guita e José Mindlin de um lado e ao Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) / Sibi-USP (Sistema integrado de bibliotecas da universidade) do outro. No centro temos uma livraria e um auditório para 300 pessoas.
Como citei a questão climática e solar é muito importante devido a função do prédio. Muita luz (raios ultravioleta) causa a degradação dos livros, mas luz de menos tornaria o ambiente escuro para leitura e estudo, e tornaria o prédio enclausurado e também um grande consumidor de energia.
A solução adotada foi a utilização de vidros com filtros ultravioleta e brises ou chapas perfuradas para controle solar (com permeabilidade de 10% da luz).
Um aspecto secundário interessante destas chapas é a transparência, pois de dia se enxerga de dentro para fora e de noite; de fora para dentro.
Abaixo uma entrevista (feita pelo portal “Galeria da Arqutetura“) com o Rodrigo Loeb sobre o projeto. No link da galeria, veja a foto do anel central que não pude fotografar.
Acima mais uma última foto para finalizar. Não é realmente um projeto incrível?
Projeto lindo mesmo. Parabéns pelo texto! 🙂